Depois de nove avanços seguidos, em outubro o mercado de trabalho do varejo de material de construção da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) apresentou um saldo negativo, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Ao todo, foram 109 vagas a menos na Grande São Paulo, após o registro de 3.618 admissões e 3.727 desligamentos. O estoque ativo do segmento está em quase 92 mil vínculos empregatícios. Já na capital paulista, a perda em outubro foi de 76 empregos, sendo este o primeiro saldo negativo desde março.
Evolução do saldo de empregos do varejo de material de construção – RMSP e São Paulo/SP
Fonte: CAGED
Os segmentos com maior participação para o resultado negativo registrado em outubro são os varejos de material de construção em geral (-242 vagas) e as vidraçarias (-23 vagas). Por outro lado, o maior avanço absoluto de vagas provém do comércio varejista de material elétrico, que gerou 51 postos de trabalho.
Apesar da queda no desempenho, o ano ainda se mantém com uma significativa evolução geral: 2.215 vagas. “Chama a atenção os níveis obtidos pelos comércios de ferragens e ferramentas (+632 vagas), de material de construção em geral (+551 vagas) e de tintas e material para pintura (+305 vagas)”, ressalta o economista Jaime Vasconcellos.
Em sua análise, ele lembra ainda sobre a sazonalidade negativa que acomete o segmento no final de ano. “Na verdade, até é esperado ritmo mais contido de vendas neste período, dado o avanço dos gastos familiares com outros segmentos do comércio, puxado pelas vendas em datas especiais, e com o setor de serviços, com as férias escolares e as viagens”.
Os dados de outubro refletem o menor investimento empresarial em mão de obra, exatamente por ingressar em tal período. “A tendência para novembro e dezembro é de números mais agudos, bastando observar as reduções já sentidas no último bimestre de 2022”, adverte. E complementa: “Isto posto, ainda é importante ressaltar os bons resultados do mercado de trabalho no acumulado do ano, a despeito de uma realidade ruim nos indicadores de desempenho de vendas. Isso demonstra como o empresário do setor se mantém resiliente e esperançoso para 2024”.
