O volume de vendas do comércio de material de construção paulista encerrou o mês de dezembro com queda de 7,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O recuo é mais ameno que o indicador visto no âmbito nacional (-8,3%), mas é mais agudo que o registrado em novembro/21, quando apresentou uma queda de 6,2% na comparação interanual.
Evolução mensal do índice de volume de vendas do comércio de material de construção – Mês contra mesmo mês do ano anterior

Ao se observar o desempenho acumulado no ano, que é o mesmo do índice em doze meses, houve novo arrefecimento do volume de vendas do segmento comercial em questão. Depois de ter avançado 15,5% em 2020, em relação a 2019, houve desaceleração de 5,4% em contraposição ao ano anterior. Importante destacar que a taxa de doze meses já chegou a apresentar evolução de 27,8% em maio de 2021, em relação aos doze meses anteriores.
Evolução mensal do índice de volume de vendas do comércio de materiais de construção no Estado de SP – Acumulado no ano e taxa de 12 meses

Enquanto em 2020 o desempenho do comércio de material de construção apresentou no Estado de São Paulo a segunda melhor evolução de vendas dentre os segmentos comerciais, com +15,5% e inferior somente ao segmento de móveis (+21,4%), em 2021 arrefeceu para 5,4%. Isso pode não ter significado uma queda tão significativa de posições – ficou em 3ª lugar atrás de artigos de uso pessoal e doméstico (+12,3%) e tecidos, vestuário e calçados (+12,9%) – mas é um crescimento de praticamente 1/3 do que apresentado no ano anterior.
“Esta desaceleração é um movimento natural, pois se comparam os dados de 2021 a uma base forte, devido ao significativo avanço visto no ano anterior”, ressalta o economista Jaime Vasconcellos. E complementa: “além desta questão estatística, a reabertura das atividades restringidas pelo Plano São Paulo gerou retorno da concorrência setorial e aliando este cenário a uma piora da conjuntura econômica, com aumento dos preços (gerais e setoriais), dos juros aos consumidores e do próprio endividamento familiar, está justificado o menor ritmo positivo de vendas”. Como esta conjuntura, vista principalmente no segundo semestre de 2021, deve se manter em 2022 e será agravada com o aumento das incertezas pelo próprio período eleitoral e pela cautela com novas variantes do Coronavirús, a tendência para o ano é reequilíbrio das vendas em patamares mais tímidos, ainda que se mantenham positivos.