Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que em abril o volume de vendas do comércio de material de construção no Estado de São Paulo apresentou retração de 7,5%, tendo como referência o mesmo mês do ano passado. O resultado reverte a contraposição positiva registrada em março, ainda que seja uma queda menos aguda que a vista no Brasil em abril. (-10,1%).
Evolução mensal do índice de volume de vendas do comércio de material de construção – Mês contra mesmo mês do ano anterior

A variação acumulada de janeiro a abril de 2022, em relação ao mesmo período do ano anterior, aponta para uma queda de 4,2% nas vendas em território paulista – um patamar mais agudo do que o verificado no primeiro trimestre (-3,1%).
Já no acumulado dos últimos 12 meses, que vem de uma desaceleração contínua desde metade de 2021, ficou pela primeira vez no negativo desde maio de 2017 (-1,9%). No Estado de São Paulo a queda acumulada até abril é de -2,7%, enquanto no Brasil a retração é de 4,1%.
Evolução mensal do índice de volume de vendas do comércio de material de construção no Estado de SP – Acumulado no ano e taxa de 12 meses

“Pode-se afirmar que os números de abril não eram os esperados, pelo menos em sua magnitude, especialmente porque em abril de 2021 o setor ainda enfrentava restrições com o Plano São Paulo de combate à pandemia”, comenta o economista Jaime Vasconcellos. Todavia a queda de vendas em 2022 foi registrada, assim como a tendência de retração do índice de vendas acumuladas em 12 meses teve sua continuidade.
Em sua opinião, dois sintomas podem explicar tal realidade: o primeiro é que os empresários e consumidores realmente conseguiram no ano passado se adaptar às restrições impostas e manter ativos os canais de vendas, fazendo com que aquele mês (abril de 2021) fosse o melhor para o setor. “Isso faz com que tenhamos uma base forte de comparação, justificando uma queda de vendas, ainda mais se considerarmos o segundo motivo: uma conjuntura econômica mais difícil em 2022, onde o poder de compra familiar é avariado pela inflação, o crédito está mais encarecido com juros em elevação e a disponibilidade se mantém apertada, devido aos elevados níveis de endividamento dos agentes”. Ele acredita que resta apenas ficar atendo a que ponto chegará esse processo de arrefecimento das vendas, sobretudo após os relevantes resultados obtidos entre junho de 2020 a dezembro de 2021, dado que a conjuntura acima apresentada não deve ter melhorias no curto prazo.