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O volume de vendas do comércio paulista de material de construção em fevereiro de 2022 apresentou queda de 8,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este recuo é mais agudo que o registrado em janeiro, no qual a queda foi de 8,4% em relação ao mesmo período de 2021. Desde o início do segundo semestre do ano passado registra-se redução do volume de vendas no comércio de materiais de construção quando contrapostos anualmente.

Evolução mensal do índice de volume de vendas do comércio de material de construção – Mês contra mesmo mês do ano anterior

Fonte: PMC – IBGE
Elaboração: Sincomavi

“Ao analisarmos o volume de vendas no acumulado dos últimos meses é possível ver um retrocesso contínuo do indicador”, comenta o economista Jaime Vasconcellos. Em fevereiro ocorreu um avanço de apenas +1,3% no Estado de São Paulo e de +1,0% no âmbito federal. “Lembrando que na economia paulista o volume de vendas de material de construção apresentou evolução de 15,5% em 2020, 5,5% em 2021, mas em 2022 acumula perda de 8,6% no primeiro bimestre”, ressalta.

Evolução mensal do índice de volume de vendas do comércio de materiais de construção no Estado de SP – Acumulado no ano e taxa de 12 meses

Fonte: PMC – IBGE
Elaboração: Sincomavi

Os dados de fevereiro apenas espelham o que foi visto em dezembro e janeiro, isto é, retração em São Paulo e no Brasil das vendas em torno dos 8%, quando a comparação é feita em relação aos mesmos meses de cada ano anterior. Este cenário negativo pode ser constatado já no segundo semestre de 2021 e, naquele caso, se deu por um efeito estatístico de comparação a uma base forte de períodos mensais de vendas, que foram os últimos seis meses de 2020, pós primeiros impactos da pandemia da Covid-19.

“Agora em 2022 o que se vê é um arrefecimento do desempenho do setor de material de construção puxado por uma conjuntura mais difícil em geral da economia brasileira, principalmente às famílias, que enfrentam cada vez mais um processo inflacionário ascendente, juros subindo e da mesma forma o seu nível de endividamento e inadimplência”, analisa Jaime. Este cenário impacta a renda familiar, seu poder de compra, os custos de novos financiamentos imobiliários e chega também ao varejo. “É uma tendência já alertada pelo Sincomavi e que não deve mudar no curto prazo”, complementa.

Em suma, o setor se reequilibra em patamares razoáveis de vendas, com desempenhos mensais abaixo dos picos vistos entre a primeira e a segunda onda da pandemia e agora enfrenta de forma conjunta a outros segmentos os riscos e desafios conjunturais que o Brasil, e em alguns pontos até mesmo o mundo, está vivenciando.


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