Pela primeira vez, desde o início de divulgação do Índice Nacional da Construção Civil (INCC-Sinapi), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que no Estado de São Paulo o custo médio do m² para a construção civil superou a marca de R$1,7 mil, após atingir R$1.709,43 em maio de 2022. Esse resultado significa um avanço de 4,13% em relação aos valores de abril e de +17,07% em comparação com igual período de 2021.
Ainda que do total do custo médio m², cerca de 57%, seja composto pelo gasto com materiais (R$ 973,46) e 43%, com mão de obra (R$ 735,97), de abril para maio a elevação de R$67,74 do total de custo por m², exatamente R$27,29, veio do aumento de custo com materiais (+2,88%) e R$40,45 é proveniente do custo com mão de obra (+5,82%). Mesmo assim, cabe ressaltar que na comparação interanual o preço por m² com materiais aumentou em 19,73% e o preço pago em forma de mão de obra em 13,73%.
O economista Jaime Vasconcellos observa que não apenas chama a atenção o preço do projeto de construção superar a cifra de R$1,7 mil por m² no Estado de São Paulo, que possui o quarto maior valor dentre as 27 unidades federativas do país, mas que também deve ser ressaltado o avanço de 4,13% no custo total médio em relação a abril – o maior avanço registrado na comparação mensal desde junho de 2013, puxado principalmente pelo custo com mão de obra. “Tal fenômeno ocorre não somente pelo aquecimento do setor visto desde o início da pandemia, mas também pelos reajustes salariais de trabalhadores do setor estarem em patamares mais significativos devido ao avanço acima de dois dígitos do INPC, principal balizador dos processos negociais entre os representantes empresariais e laborais”. Ele lembra ainda que, como os reajustes são normalmente anuais, a tendência é que a maior responsabilidade pelos crescimentos do custo médio total do m² da construção nos próximos meses volte a ser do campo dos materiais.
