Depois de resultados negativos históricos, os níveis de otimismo começam a se recuperar no Brasil. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getulio Vargas (FGV), por exemplo, contou com uma elevação de 1,7 ponto em julho, passando de 84,4 para 86,1 pontos, registrando a terceira alta consecutiva. Rodolpho Tobler, Coordenador da Sondagem do Comércio do FGV IBRE, comenta que se manteve a trajetória de recuperação, porém em ritmo menos intenso. “O resultado do mês foi influenciado por mais uma alta do indicador que mede a percepção com o momento presente e acomodação do indicador de expectativas, que tinha avançado mais no último mês. Ainda é preciso cautela na interpretação do resultado, considerando que houve recuperação de apenas 65% do que foi perdido no início da pandemia. Para os próximos meses, persiste o cenário de elevada incerteza e de fragilidade no mercado de trabalho, sugerindo dificuldades na recuperação total do setor “, avalia.
Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), também da FGV, subiu 7,7 pontos em julho, alcançando os 78,8 pontos. Após três meses em alta, o índice agora está 9,0 pontos abaixo do desempenho obtido em fevereiro, último mês antes da pandemia atingir a economia brasileira. “A confiança dos consumidores manteve em julho a tendência de recuperação, motivada principalmente pela melhora das expectativas em relação à economia”, comenta Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens do FGV IBRE. No entanto, ela ressalta que, apesar de acreditar numa recuperação da economia no segundo semestre, o consumidor continua insatisfeito com a situação presente e ainda não enxerga a melhora de suas finanças pessoais no horizonte de seis meses: “Sem prazo para terminar, a pandemia parece ter um efeito mais acentuado nos consumidores, que ainda se sentem ameaçados com desemprego e perda de renda, que nas empresas”.